mach nicht auf

terça-feira, 26 de outubro de 2010

This life

This life doesn´t belong to me. It´s been borrowed from an egoist.
It´s turned it´s back on me since always and for good. And all hope is piercingly illusional.
This Life. But nothing.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Tata

Uma vez ouvi uma história de uma senhora chamada Antônia, que morreu em meados de 2000 na casa onde morava sozinha, ao lado da casa da irmã.
Ela nunca se casou, nem teve nenhum filho, nenhum companheiro ou amigo fora do círculo de sua família, dos seus sobrinhos e dos filhos de seus sobrinhos.
Ela tinha a pele bem clarinha, os olhos bem azuis escondidos por um óculos de grau grosso de lentes bem escuras, não sei se um dia ela já foi bonita ou não, acho que ninguém parava pra pensar nisso depois de vê-la andando com dificuldade por causa da corcunda nas costas.
Ela fazia todos os serviços de sua casa, ajudava a irmã, ajudava seus sobrinhos, cuidava dos filhos deles. Almoçava no domingo com toda a família reunida e via Silvio Santos desde a manhã até à noite. E só. Nunca assistia a nenhum filme, nunca lia nada, nunca ria muito alto, nunca chorava, nunca ria. Vivia sempre das arestas da vida da irmã, sem que ninguém soubesse o porquê. Às vezes, no final de uma festa de Natal, a família ponderava porque a Tata vivia essa vida tão nublada, tão sem nada.
Com todo tempo que passava com os netos de sua irmã Catarina, nenhum deles sabia dizer quem era a Antônia, a Tata, que parecia os amar apenas porque amor de família é suposto e pré estabelecido, mas ela os amava e eles sabiam.
Um dia, pouco tempo antes de morrer, ela disse pra alguém da família, sem que ninguém a perguntasse e sem chorar, que passou a vida inteira na casa da irmã pois desde adolescente ela era apaixonada por seu marido. Mas ele escolheu a Catarina pra casar. Ela nunca amou mais ninguém, nunca teve ninguém e seu amor por ele só cresceu. Cresceu tanto, que ela nem queria ser amada de volta. Queria, mas sabia que isso nunca aconteceria, então continuou amando até isso não mais importar, até o dia em que ela, quase morrendo, contou isso pra alguém sem chorar.
Pensei que o amor é isso e que ele não é uma coisa tão boa assim.
A Tata era tia do meu pai, e há poucos dias me contaram essa história. Me senti uma estúpida por nunca tê-la entendido, por vê-la como uma senhora que nasceu velha e morreu só. Eu amava a Tata com alguém da minha família. Hoje eu amo diferente.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

E agora eu vejo que aquilo foi nada. Bem agora mesmo.
E agora eu vejo que aquilo nunca foi algo que respirou por si, algo que teve seu momento, uma linha fechada só ali.
Sei tão pouco sobre você que é difícil imaginar que uma vez estivemos sozinhos.
Foi um filme de um espectador só. Éramos dois, mas éramos um mais um.

sábado, 3 de outubro de 2009

saturday forever nights

People are taking showers and thinking
where they're going to eat
what there're going do fake
who they're going to meet.
To make them more of a person, to complete the uncertain,
to beat another drum again.

They won't spend many hours consumed by some regret
with an ashtray full of doubts and a pack with no cigarretes.
They won't take forever showers and make forever beds
with an ashtray full of doubt and a pack with no cigarretes.

The strange legs of the world will shrug and stay instead
with an ashtray full of doubts and a pack with no cigarretes.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Hoje eu corri na chuva. Eu sei, é clichê, mas clichês acontecem. Por isso exatamente são clichês. Meu coração não estava onde meus pés estavam, mas foi ótimo. Não foi nada incômodo. Eu corri, e a chuva estava gelada e muito forte. Meu cabelo e meus pés ficaram podres, encharcados. Me fez pensar numa festa surpresa que os melhores amigos de uma garota, que iria para L.A para, certamente, virar uma estrela, armariam para ela.
Eles curtiriam a noite toda na rua, fazendo as coisas mais inesperadas, e correriam na chuva antes de deixá- la em casa. Ela levaria toda essa alegria para L.A com ela, e eles ficariam contentes por ela. Tudo tão doce/amargo e promisor, como a vida deveria ser.
Eu deveria manter meu coração onde meus pés estão, pelo menos por um tempo, pelo menos um pouco.
Se um dia a realidade completa das coisas se abater sobre mim, isso vai acontecer de uma maneira definitiva, sutil e tão horrível.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Corrida


Ela só se lembra de ver o sanguinho do irmãozinho no travesseiro, piscar, e aparecer com 17 anos no carro de um estranho.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Totally... tenderly... tragically